Fundo Icamiabas

ESCOPO DE TRABALHO NO PRIMEIRO ANO

Nos primeiros 12 meses, nosso o objetivo é ajudar a líder comunitária que ganhou o título de Icamiaba a focar esforços na atividade que mais gera renda para ela e as outras mulheres que atende. Fornecemos a ela um cartão de débito que é recarregado no início do mês com uma quantia de R$ 500 a R$ 1.000, que deve ser usada para viabilizar as atividades de geração de renda programadas para os 30 dias seguintes. No início do próximo mês, nos reunimos com ela por videoconferência para avaliar e documentar as atividades desenvolvidas, o correto emprego dos recursos financeiros e para planejar as atividades do mês seguinte.

Também fornecemos aconselhamento e orientações práticas sobre desafios pessoais (como sua saúde, relações familiares e com a comunidade) e institucionais (como situação de moradia e do espaço onde desenvolve as atividades, pagamento de contas, estruturação de sua organização ou movimento social, atração de voluntários e captação de recursos).  Essa rotina cria uma base mais sólida para a evolução pretendida no segundo ano do apoio.

ESCOPO DE TRABALHO NO SEGUNDO ANO

A partir do 13 mês, além de seguir a dinâmica de reuniões mensais e recarregamento do cartão de débito focado na atividade geradora de renda, iniciamos a execução de um projeto conjunto co-criado com a Icamiaba.

O projeto pode ser focado em necessidades da comunidade, em ações paralelas à atividade geradora de renda ou mesmo no aprimoramento dessa atividade. Conduzimos nossas conversas preenchendo conjuntamente com a Icamiaba um termo de abertura de projeto simplificado contendo (a) objetivo, (b) entrega principal, (c) cronograma, (d) uma tabela de atividades, resultados e indicadores, (d) orçamento, (e) equipe dedicada e (f) parceiros.

Nosso objetivo é desenvolver na Icamiaba a capacidade de identificar claramente um problema ou questão a ser resolvida, e a partir daí criar um projeto que traga soluções e que tenha impacto socioambiental mensurável.

POR QUE ICAMIABAS?

Em 1542, o conquistador espanhol Francisco de Orellana desceu o grande rio que nascia Andes em busca de ouro. Ao passar na região da atual Nhamundá, 375 Km a oeste de Manaus, entrou em confronto com um grupo de mulheres. Sua tropa fora advertida por outros indígenas da existência dessas guerreiras, chamadas de Icamiabas, que portavam arco-e-flecha e pareciam não ter um dos seios.
Sua derrota para elas foi depois narrada ao rei Carlos I da Espanha, que inspirado na lenda grega das guerreiras Amazonas, deu ao rio esse nome.

Icamiabas: (do Tupi) i + kama + îaba, significando “peito partido”.

PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO

• Repasses mensais para as mulheres via cartão de débito recarregável
• Destinação dos recursos definida em plano de ação acordado verbalmente
• Extratos do fundo e do cartão de cada beneficiária publicados em nosso site
• Fotos que elas enviam por “Zap” documentam suas atividades
• Valores de pequena monta (teto de R$ 5 mil) e variáveis, a depender da captação do fundo, garantindo a elas fluxo futuro de 12 meses
• Número de beneficiárias variável, a depender da captação do fundo
• Não mais de 10% aplicados na gestão do projeto, impostos e taxas

A JORNADA DO FUNDO

1) MAPEAMENTO – identificação contínua de novas beneficiárias via metodologia “snowball mapping” (cruzamento de indicações via entrevistas), pré-seleção por nossos associados e validação por nosso Conselho.

2) CAPTAÇÃO – todas as doações que recebemos são duplicadas através do “matchfunding” fornecido pelo IDIS e Mott Foundation: a cada R$ 1 captado recebemos mais R$ 0,50 até o teto de R$ 100 mil. O foco principal nessa etapa são doações de filantropos e empresas locais.

3) SUSTENTAÇÃO – contamos com parceria com a plataforma de crowdfunding Benfeitoria, além de campanhas recorrentes em mídias sociais para recorrentes de pequenos valores voltada a moradores das comunidades beneficiadas e empresas de Manaus.

A JORNADA DAS BENEFICIÁRIAS

A) IDENTIFICAÇÃO – entrevista inicial, acompanhamento por 3 meses, aprovação pelos nossos associados, validação pelo nosso Conselho

B) ACORDO – definir foco gerador de renda, destinação dos recursos e valor mínimo mensal para primeiros 12 meses; co-criar e executar projeto conjunto no segundo ano.

C) EXECUÇÃO – carregamento mensal do cartão, envio de fotos das atividades; elaboração do termo de abertura do projeto, execução e mensuração de impacto.

D) SUSTENTAÇÃO – conectar beneficiárias com rede de assistência social, organizações que fornecem capacitação e apoio ao desenvolvimento institucional, filantropos e family offices; esforço contínuo de captação do fundo.